Sempre a declaração sai perfeita para o próprio reflexo nos espelhos dos quartos vazios.
Sempre o discurso sai melhor para a platéia invisível que mora nas paredes e cujos aplausos são mudos.
De ausências, digo que precisamos.
Primeiro momento depois que o amigo foi embora e o céu que é ele se inicia em nós
Primeiro dia sem o corredor das escolas,
Primeiro toque que a mão quer e não encontra o que tocar
E é aí que a maquinaria da saudade funciona.
É da ausência do que sabemos que existe
Da ausência que já é em si a promessa da presença...
Que brotam os botões apertados da falta
Pois é apenas sem que desejamos estar com.
E ainda que toque o que realmente é doído
Ainda que seja triste por demais
Devo me perguntar:
Em quantos lugares estão agora minhas ausências?
Em quais lugares eu não estou?
Adrian Lincoln
http://recantodasletras.uol.com.b
2 comentários:
soa como augusto dos anjos
pô
roubou minhas palavras, Luam.
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